“Sem Cunha, a Câmara retomou seu funcionamento regular”, diz presidente da OAB
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Carlos Lamachia, se posicionou a favor da cassação do mandato e também dos direitos polÃticos do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). âCom o afastamento de Cunha, a Câmara retomou seu funcionamento regularâ, afirmou Lamachia.
Dez meses após o processo começar a tramitar no Conselho de Ãtica, a Câmara dos Deputados tem sessão marcada nesta segunda-feira (12) para que o plenário decida sobre o assunto. A sessão está prevista para ter inÃcio à s 19h.
O presidente da OAB ressaltou que a entidade acompanha atentamente o desenrolar do julgamento do deputado Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. âAté aqui, o processo contra ele foi conduzido de maneira legal, atrapalhado apenas pelas tentativas do próprio deputado de prejudicar as investigaçõesâ, ressaltou.
âA OAB foi incisiva ao solicitar que o STF determinasse o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. Ele usava da função para atrapalhar a Operação Lava Jato e também os trabalhos do Conselho de Ãtica e Decoro Parlamentar. Com o afastamento de Cunha, a Câmara retomou seu funcionamento regularâ, explicou.
Para Lamachia a Câmara tem a oportunidade de mostrar à sociedade que os maus exemplos devem ser combatidos e não aplaudidos. âA lei não segue partidos nem ideologias e deve recair igualmente sobre todosâ, ressaltou.
A OAB conclamou as cidadãs e cidadãos a exercerem seu dever de fiscalização sobre a conduta dos deputados federais que votarão no julgamento de Eduardo Cunha. A Ordem dos Advogados do Brasil ressaltou que participará ativamente desse processo cobrando respeito aos interesses da sociedade e à aplicação da Constituição.
Cassação
Cunha já informou que pretende comparecer pessoalmente à sessão para fazer a sua defesa ao lado do seu advogado, Marcelo Nobre. Alvo da Operação Lava Jato, o peemedebista é acusado de manter contas bancárias secretas no exterior e de ter mentido sobre a existência delas em depoimento à CPI da Petrobras no ano passado.
O deputado nega ser o titular de conta fora do paÃs, mas diz apenas ser o beneficiário de recursos geridos por trustes (empresas que administram fundos e bens).
O processo no Conselho de Ãtica foi instaurado em novembro do ano passado a partir de uma representação do PSOL e da Rede. Em razão de sucessivas manobras levadas a cabo por um grupo fiel de aliados, Cunha conseguiu estender o andamento do processo.
Publicada em : 12/09/2016