Queda na produção industrial preocupa CNI
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta semana o Relatório de Infraestrutura referente ao mês de maio. A queda de 10,4% da produção em abril deste ano, em relação ao mesmo mês de 2015, segundo dados do IBGE, está atingindo fortemente a indústria, apesar do crescimento de 0,1% anunciado.
O setor naval é um dos que mais estão sofrendo e passando por uma retração muito grande, com perdas de postos de trabalho e um menor número de encomendas. O Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore) encaminhou ao presidente da República em exercÃcio, Michel Temer, documento com sugestões para impulsionar o setor. Entre elas, a manutenção de incentivos fiscais no fornecimento para esta indústria e desoneração da folha de pagamento das empresas. Por outro lado, alguns setores ainda estão otimistas, prometendo um desempenho melhor. à o caso da indústria de energia solar que pretende fazer mais investimentos. A Eletrobras também promete reduzir suas perdas de energia e melhor eficiência energética. E o consumidor também deverá ser beneficiado com a redução do preço do gás natural, em consequência da baixa de preços do barril de petróleo no mercado internacional.
Portos
A crise atingiu em cheio a indústria naval no paÃs. Segundo dados do Sinaval, até abril deste ano o setor estava empregando 49 mil pessoas, enquanto em 2014, o setor contava com 84 mil trabalhadores. Entre as 14 reivindicações do setor apresentadas ao governo estão a garantia que sejam mantidos os recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM) e a retomada da construção de sondas no paÃs, que foi interrompida. Segundo o sindicato, até 2017 o setor tem somente tempo hábil para entregar as embarcações contratadas, mas até 2019 existe capacidade, por exemplo, para a construção de sete navios.
Energia Solar
A indústria de geração da energia solar deverá investir cerca de R$ 12,5 bilhões até 2018, segundo as projeções da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Serão implantados 99 projetos, e a expectativa é de que sejam criados 60 mil novos empregos diretos e indiretos no paÃs. Uma das principais consequências será o aumento da demanda por equipamentos, o que pode, segundo a associação, levar a instalação de novas fábricas de componentes de geração.
O mercado de energia solar ainda tem grandes problemas, a sua utilização não está difundida junto aos pequenos consumidores â residências e prédios. Por causa do preço dos equipamentos, estes consumidores ainda não foram atraÃdos a adotar esta opção. A alta carga tributária impede a sua expansão, porque em vários casos os painéis e outros equipamentos produzidos no Brasil chegam a custar 50% a mais do que os do mercado internacional.
Estimativas do âPortal Solarâ, feitas até março deste ano, é que o custo de instalação e o preço dos equipamentos para residências com até duas pessoas, ficava entre R$ 15 mil e R$ 20 mil; para uma casa grande, com cinco pessoas, o valor podia variar entre R$ 70 mil e R$ 85 mil. Já o custo para a sua utilização no comércio e indústria variava de R$ 650 mil os mais baratos até R$ 6,5 milhões. Apesar dos investimentos iniciais serem altos, segundo o Portal Solar, a instalação e manutenção de uma casa ser de R$ 36 mil, o preço do quilowatt/hora (kWh) de energia solar é bem compensador, ficava em torno de R$ 0,27, bem mais baixo do que os cobrados pelas distribuidoras, de R$ 0,55 por kWh.
Eletrobras
Até 2018, a Eletrobras pretende economizar R$ 500 milhões reduzindo as perdas e furtos de energia (gatos) em suas seis distribuidoras. Para tentar combater o problema, a empresa instalou um centro de inteligência em BrasÃlia que vai monitorar o desempenho das distribuidoras Ceron (RO); Eletroacre (AC); Amazonas Energia (AM); Boa Vista Eneria (RR); Ceal (AL) e Cepisa (PI). A Eletrobras contou com uma ajuda importante do Congresso para que ela consiga reduzir as perdas de energia. Foi aprovada nesta semana a medida provisória que dará prazo de 10 anos para que a estatal cumpra as determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de melhoria da eficiência energética e redução das perdas. O prazo anterior era de cinco anos efoi mantido para as outras distribuidoras.
Gás Natural
Uma boa notÃcia para os consumidores de gás natural. Com a queda dos preços do barril de petróleo, a tarifa do gás também está caindo. Este mês, deverão ficar mais baixos os preços em São Paulo. Em maio já houve reduções no Rio, Bahia e Minas Gerais. No mês passado, segundo a Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia), os preços do produto da Petrobras caÃram pelo terceiro trimestre consecutivo. Para os especialistas, a redução do preço do gás deverá torná-lo mais competitivo em relação ao GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e o óleo combustÃvel.
Publicada em : 03/06/2016