“Plano Brasil Medalhas” chegou a quase meio bilhão em recursos do Ministério do Esporte

Olimpiadas-2016Trinta e dois dias após o fim dos Jogos Olímpicos de Londres, em setembro de 2012, foi lançado o “Plano Brasil Medalhas”. A intenção da medida era elevar a um novo patamar os investimentos no esporte, visando à preparação de nossos atletas olímpicos e paraolímpicos para os Jogos Rio 2016. 

Conforme levantamento do Contas Abertas, o Plano Medalha teve orçamento autorizado de R$ 713,3 milhões entre 2013 e 2016. O montante efetivamente utilizado foi de R$ 446,7 milhões. Os dados são referentes ao orçamento do Ministério do Esporte para o Plano.

A maior parcela dos recursos foi desembolsada em 2014: R$ 307,7 milhões. Depois disso os valores diminuíram em 2015 e 2016, quando foram aplicados R$ 109,4 milhões e R$ 24,6 milhões, respectivamente. Os valores de 2016 estão contabilizados até esta semana.

Do total de recursos desembolsado, o Centro Olímpico de Treinamento do Nordeste Brasileiro e o Centro Paraolímpico Brasileiro foram os que receberam mais verbas. O primeiro recebeu investimentos de R$ 215 milhões nesses quatro anos. Já para o segundo foram desembolsados R$ 165,4 milhões.

A meta do Plano Brasil Medalhas era permitir que, ao fim dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o Brasil estivesse classificado, pela primeira vez na história, entre os 10 melhores da competição. Para os Jogos Paraolímpicos de 2016, o objetivo é que o país encerre a participação entre os cinco primeiros, resultado igualmente inédito.

A meta do Comitê Olímpico do Brasil não foi batida. O país ficou na 13 posição, com 19 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e seis de bronze. Foi a melhor colocação do Brasil na história dos Jogos.

A notícia boa é que das 33 modalidades olímpicas (as ginásticas e as diferentes disciplinas do ciclismo unificadas), 17 tiveram um desempenho brasileiro melhor do que em 2012. É o caso da canoagem velocidade, com o três vezes medalhista Isaquias Queiroz, com o ouro do futebol masculino ou as primeiras vitórias olímpicas da esgrima (incluindo a eliminação de um campeão mundial).

Bolsa Pódio

Uma das principais iniciativas do Plano Brasil Medalhas foi implantar a Bolsa Atleta Pódio. Para o benefício foram utilizados R$ 45,4 milhões entre 2013 e 2016. A Bolsa Pódio foi uma nova categoria do programa Bolsa Atleta, com a finalidade de apoiar atletas com chances de disputar finais e medalhas olímpicas e paralímpicas. As bolsas variam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Para ser contemplado, o atleta deve atender critérios definidos em lei, como estar situado entre os 20 melhores do ranking mundial ou na prova específica da modalidade.

Após cumprir os critérios e ter sido indicado por sua confederação esportiva, em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), ou pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), o atleta precisa enviar um plano esportivo para análise dos membros do COB (ou CPB), da confederação e do Ministério do Esporte. Depois de aprovado em todas as frentes, o contemplado tem seu nome publicado no Diário Oficial.

Uma vez que o atleta é aprovado, passa a ter direito ao benefício por 12 meses e só ao fim desse prazo é feita a reavaliação de sua permanência. Os atletas paralímpicos foram os primeiros a enviar os planos esportivos para análise e se tornaram os primeiros aprovados. Assim, em 2 de agosto de 2013, a então presidente Dilma Rousseff recebeu uma delegação de atletas do CPB no Palácio do Planalto, em Brasília, e anunciou os primeiros beneficiados com a Bolsa Atleta Pódio. São patrocinados 242 atletas, de acordo com dados de outubro de 2015.

As modalidades

Para atingir a meta de classificar o Brasil entre os 10 melhores dos Jogos Olímpicos e os cinco melhores dos Jogos Paraolímpicos de 2016, o Plano Brasil Medalhas mapeou as modalidades com mais chances de conquistar medalhas. Assim, 21 modalidades olímpicas e 15 paraolímpicas receberam investimentos do Plano.

O objetivo era fazer com que os atletas subissem mais vezes ao pódio no Rio de Janeiro em esportes em que já conquistaram medalhas e ampliar as condições para que outras modalidades alcançassem o pódio em 2016. Os esportes não contemplados pelo Plano Brasil Medalhas continuaram contando com o apoio do Ministério do Esporte e de recursos das fontes tradicionais de financiamento federal.


Publicada em : 22/08/2016

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