A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve decidir se apoia ou não o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff amanhã (18). A medida poderá ser tomada na sessão extraordinária do Conselho Pleno e do Colégio de Presidentes de Seccionais para o dia 18, que vai analisar os últimos acontecimentos. A convocação da sessão foi realizada pelo presidente nacional da entidade, Claudio Lamachia.

Em nota, a OAB afirmou que a Nação está perplexa.  “As conversas gravadas entre o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Presidente Dilma Rousseff e outras autoridades, revelam um quadro gravíssimo que se abate sobre o país”, aponta.

Para a entidade, as referências desairosas, deselegantes e desrespeitosas à Ordem dos Advogados do Brasil, ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional, “com a utilização de termos impronunciáveis”, atestam a precária visão que algumas figuras públicas guardam e expressam sobre as instituições nacionais.

Vale ressaltar que, de acordo com as gravações, Lula chamou o Judiciário de “acovardado”, citando o STF, o Superior Tribunal de Justiça. Lula ainda disse estar assustado com a “República de Curitiba”. “Porque a partir de um juiz de 1ª Instância, tudo pode acontecer nesse país”, afirmou.

“A Advocacia está indignada com a grave ofensa dirigida a OAB pelo Ministro Chefe da Casa Civil, Jaques Wagner”, apontou a entidade.

A Ordem dos Advogados do Brasil reiterou o compromisso com a sociedade brasileira, na defesa da Democracia e do Estado de Direito e repeliu os termos com que importantes instituições foram tratadas, defende a apuração rigorosa dos fatos e deposita sua absoluta crença na missão a cargo do Supremo Tribunal Federal.

“As gravações, que exibem a forma enviesada com que quadros políticos tratam a República, possuem conteúdo que não pode ser desprezado. Também é necessário avaliar as circunstâncias em que tais gravações foram obtidas, quando envolvem o sigilo que deve nortear a relação entre o advogado e seu constituinte”, aponta nota.

A OAB conclamou brasileiras e brasileiros a se unirem em torno dos princípios estatuídos na Constituição Federal, diante desse momento de grande tensão social e política.
Publicada em : 17/03/2016