Novo ato paralisa atividades em defesa da CGU

Novo ato em defesa da Controladoria-Geral da União (CGU) deve paralisar atividades de servidores nesta terça-feira (24). A intenção de servidores e sindicato é colocar peso na mobilização para manter a nomenclatura do órgão e o caráter ministerial vinculado à Presidência da República. defesa da CGUNo Distrito Federal, o protesto será realizado em frente ao edifício sede do órgão. As regionais também planejam atividades para hoje. Servidores da CGU apresentaram ontem (23) manifestação ao novo ministro da Pasta, Fabiano Silveira, pedindo mudanças na reforma realizada pelo governo em exercício de Michel Temer no órgão. A expectativa do Unacon Sindical é que o segundo ato supere o primeiro em adesão de servidores e repercussão da imprensa. No Distrito Federal, a via de acesso ao edifício sede da CGU foi bloqueada no ato realizado no dia 18 de maio. Os organizadores também realizam durante todo o dia o twitaço com a hashtag #FicaCGU. Em assembleia geral extraordinária realizada ontem, o Sindicato orientou a intensificação do Movimento em Defesa do órgão. Dois fatores, em especial, influenciaram o encaminhamento. Um deles foi o resultado da segunda reunião com o novo ministro. “Embora o novo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle tenha mantido todas as prerrogativas legais da CGU, não podemos ignorar o capital simbólico que a sigla representa”, reconheceu o ministro. No entanto, Rudinei Marques, presidente do Sindicato, alegou que Silveira não deu nenhuma alternativa. “Não houve uma proposta concreta apresentada. Por enquanto é tudo muito etéreo. Mas se colocarmos peso na mobilização, dá pra manter a nomenclatura e o caráter ministerial aliado à Presidência da República”, avaliou Marques na reunião. Em reunião anterior, Fabiano Silveira ficou de buscar entendimento com os ministros do Planejamento, Orçamento e Gestão, da Casa Civil e com o próprio presidente interino, Michel Temer, sobre as demandas dos servidores. A repercussão na imprensa do áudio vazado da conversa entre o atual ministro do Planejamento e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também influenciou o encaminhamento do Sindicato para um ato politicamente mais intenso. “Quem arquitetou a reforma administrativa da CGU foi Romero Jucá, um cidadão que está possivelmente fazendo obstrução da justiça na operação Lava Jato. Isso é muito grave”, pontuou o servidor Jorge Henrique Mendonça. “Se antes eu tinha alguma dúvida, agora eu tenho certeza: essa reforma administrativa foi pra quê? Pra arquivar a Lava Jato. Pra arquivar as investigações. Pra afastar as investigações dessas pessoas que estão no poder hoje. Isso é muito sério”, concluiu. As mudanças na CGU tiveram início a partir da publicação da Medida Provisória MP 726/2016 que altera a denominação do órgão para Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle ou simplesmente “TraFiCo”, como os servidores têm, ironicamente, se reportado à mudança. Para a Unacon, a alteração da denominação afeta em cheio a identidade do órgão, construída no dia a dia de mais de uma década de trabalho técnico e incansável em favor da correta aplicação do dinheiro público. Além disso, a medida abre espaço para eventuais fusões e incorporações entre ministérios, podendo levar ao seu completo desaparecimento.
Publicada em : 24/05/2016

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