Mudanças no setor de telecomunicações são cada vez mais rápidas
Um novo cenário do setor de telecomunicações vem se desenhando, o número de assinantes de TV paga está caindo há praticamente um ano, por causa da crise econômica e da concorrência do serviço de banda larga, que não para de crescer. O paÃs contava com 25,89 milhões de acessos de banda larga fixa até abril de 2016, segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O crescimento foi de 185 mil usuários em relação a março. As empresas de TV por assinatura viram, por outro lado, seu mercado encolher mais uma vez em abril deste ano, quando elas possuÃam 18,9 milhões de consumidores. Em relação ao mesmo mês do ano passado houve uma queda de 4,32%, o serviço perdeu 854 mil assinantes em 12 meses. A mudança demonstra novo interesse do consumidor, com impacto direto na receita das empresas de TV por assinatura e das operadoras que exploram o serviço de banda larga.
As operadoras de banda larga fixa fecharam o mês de abril com um crescimento de 85 mil usuários em relação a março, totalizando 25,885 milhões de clientes, segundo a Anatel. Nos últimos 12 meses, a banda larga fixa adicionou 1,2 milhão de assinantes. E desde o começo do ano até abril, houve um ganho de 400 mil novos clientes.
O consultor da Orion Consultores e Associados e ex-ministro das Comunicações, Juarez Quadros, avalia que este comportamento de mercado de redução de assinantes da TV paga está relacionado com os serviços oferecidos pela TV assinatura e a banda larga, seja fixa ou móvel. O consumidor desiste da TV paga seja por questões mercadológicas ou econômicas, e a crise no paÃs vem contribuir para esta situação.
- Por que vou pagar a TV por assinatura se tenho via banda larga canais e vÃdeos? A avaliação é de que são centenas de canais na grade da TV âque não tem a verâ - disse o consultor.
Pesquisa realizada pela Cisco Visual Network (VNI) apontou que haverá um crescimento significativo da banda larga até 2020 se comparado a 2015. O aumento de cobertura móvel por redes 4G e a crescente busca de conteúdo móvel â incluindo vÃdeo â farão com que se multiplique por oito o tráfego de dados móveis nos próximos cinco anos.
A proliferação dos dispositivos móveis â incluindo smartphone e tablet â é uma das razões que levarão as pessoas a terem mais telefones móveis (5,4 bilhões), do que eletricidade (5,3 mil bilhões) e carros (2,8 bilhões) em 2020.
O vÃdeo móvel terá a maior taxa de crescimento de qualquer aplicação móvel: consumidores e profissionais ligados ao negócio exigem maior resolução de vÃdeo, mais largura de banda e a velocidade de processamento vai aumentar a utilização de dispositivos conectados a 4G.
As velocidades da rede móvel vão aumentar 3,2 vezes entre 2015 (2,0 Megabites por segundo - Mbps) e 2020 (6,5 Mbps). A adoção global da 4G será o principal fator das melhorias da velocidade móvel. Os jogos online, segundo a pesquisa, serão o serviço de Internet residencial que terão mais rápido crescimento, a uma taxa anual de 5,3% entre 2015 e 2020. E a videoconferência em desktop e pessoal será o serviço de internet empresarial com mais rápido crescimento.
Cobrança da banda larga fixa
Os consumidores, teles e Anatel, estão travando uma discussão muito grande em relação à cobrança do serviço de banda larga fixa. Hoje, na sua maioria, o serviço nas residências e empresas é cobrado de acordo com a velocidade de navegação contratada, sem teto de uso da internet. As operadoras, como Vivo, Claro e Oi pretendem estabelecer limites de uso mensal para o serviço, adotando o sistema de franquia, o mesmo da internet móvel. Este modelo tem consequências no faturamento das empresas. Após muita polêmica e manifestações contrárias de entidades de consumidores em todo o PaÃs, a Anatel que havia concordado com a mudança na forma de cobrança proibiu temporariamente as franquias na internet fixa, e resolveu fazer uma consulta pública para ouvir a sociedade.
Indústria de equipamentos
Pela 23ª vez consecutiva houve queda na produção do setor eletroeletrônico, segundo dados do IBGE e da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica). Somente a retração na indústria eletrônica, de janeiro a abril de 2016, foi de 24,2% comparado ao mesmo perÃodo do ano passado. A Abinee também verificou que 71% das empresas do setor eletroeletrônico suspenderam investimentos. As indústrias elétricas e eletrônicas fecharam sete mil empregos no acumulado de janeiro a abril de 2016, apenas no mês de abril foram extintas 1,6 mil vagas.
Balança Comercial
As exportações de produtos elétricos e eletrônicos entre janeiro e maio de 2016, somaram US$ 2,39 bilhões, 1,9% acima das registradas no mesmo perÃodo de 2015 (US$ 2,35 bilhões). Houve crescimentos nas vendas externas de impressoras (+150%), máquinas de processamento de dados (+51%) e cartões inteligentes ("smart cards") (+48%), somando US$ 108 milhões, o que significa mais de 70% do total da área.
As importações de produtos elétricos e eletrônicos somaram US$ 9,6 bilhões no acumulado dos primeiros cinco meses deste ano, 37,5% menor do que em igual perÃodo de 2015 (US$ 15,3 bilhões). Os componentes elétricos e eletrônicos foram responsáveis por 57% do total importado de bens do setor alcançando U$ 5,5 bilhões, montante 39,5% inferior ao registrado entre janeiro e maio de 2015.
Publicada em : 14/06/2016