Menos transparentes, empresas de países emergentes permitem corrupção

A grande parte das maiores empresas de mercados emergentes do mundo falharam quando se trata de transparência, aponta novo relatório da ONG Transparência Internacional. De acordo com o trabalho, essas companhias criam um ambiente favorável para a corrupção prosperar em seus negócios e nos lugares em que elas operam. TransparênciaO relatório da Transparência Internacional revela a necessidade urgente para que estas grandes empresas multinacionais façam muito mais para deter a corrupção. "Esses níveis patéticos de transparência nas grandes empresas de mercados emergentes levanta a questão de quanto o setor privado se preocupa em acabar com a corrupção, parando a pobreza em que eles fazem negócios e reduzir a desigualdade”, disse José Ugaz, Presidente da Transparency International. Ugaz lembra que com frequência vemos enormes escândalos de corrupção envolvendo multinacionais, como Grupo Odebrecht ou a China Communications Construction Company, fazendo imensos prejuízos para as economias locais. “Através de medidas adequadas de transparência e anticorrupção e vontade da diretoria em realizar iniciativas, isto poderia ter sido evitado. Embora muitas empresas digam que querem combater a corrupção, isso não é suficiente. As ações falam mais alto que as palavras”, explica De acordo com a organização, as cem empresas com maior crescimento, baseadas em 15 países emergentes e operando em 185 países do mundo, alcançaram pontuação média de 3,4 pontos de 10 pontos possíveis, onde 0 significa menos transparente e 10 significa mais transparente. A pontuação média caiu ligeiramente (0,2%) em relação à última pesquisa feita em 2013. O documento baseia seus índices nas informações proporcionadas pelas próprias empresas, como a difusão de seus programas de luta contra a corrupção ou os detalhes que divulgam sobre a titularidade de suas filiais ou sobre o faturamento nos países em que operam, entre outros dados. No Brasil No relatório, 12 empresas brasileiras foram incluídas: BRF SA (índice de 4,4) , Camargo Correa (2,1), Coteminas (1,1), Embraer (5,6), Gerdau (3,8), JBS (3,1), Magnesita Refratários (2,9), Marcopolo (4,4), Natura (4,7), Odebrecht Group (3,6), Votorantim Group (3,8) e WEG (3). Como "0" significa menos transparente e "10" significa mais transparente, a que obteve a melhor classificação no ranking foi a Embraer, que ficou em 19º lugar. A empresa teve um índice de 92% na avaliação do programa anticorrupção, de 75% em transparência organizacional e de 0% no item “Relatório por país”, que avalia a publicação dos balanços patrimoniais de cada país de operação. Já a Coteminas está em 83º no ranking, com a pior classificação entre as brasileiras. A companhia alcançous os índices 8%, 25% e 0% para as categorias de programa anticorrupção, transparência organizacional e publicação de balanços de países em que opera, respectivamente. BRICS As multinacionais de mercados emergentes avaliadas no relatório incluem 77 sediadas empresas nos BRICS. Sem as companhias chinesas, as empresas de outros países dos BRICS tiveram desempenho acima da média. As empresas da Índia e da África do Sul obtiveram 64% da pontuação, as da Rússia obtiveram 62% e as do Brasil, 55%. As empresas chinesas tiveram uma média baixa de 26%. Ainda assim, houve resultados positivos dentre as empresas chinesas, com algumas obtendo altas pontuações: ZTE, 88%, Lenovo, 69%, Li & Fung e Sinohydro, 65% respectivamente. TI A Transparência Internacional é um movimento global com uma visão: um mundo em que governo, empresas, sociedade civil e a vida das pessoas estejam livres de corrupção. Com mais de 100 capítulos no mundo todo e uma Secretaria Internacional em Berlim, conduzimos a luta contra a corrupção para transformar esta visão em realidade.  
Publicada em : 11/07/2016

Copyright © 2018 Associação Contas Abertas