Investimentos da União crescem 9,6% até maio

CrescimentoOs investimentos da União em obras e equipamentos aumentaram 9,6% entre janeiro e maio de 2016. O total foi de R$17,3 bilhões, enquanto no mesmo período do ano passado, atingiram R$15,8 bilhões. O comportamento sinaliza uma possível retomada de crescimento da economia por conta dos investimentos públicos, mas deve ser analisado com cautela. Os investimentos deste ano foram menores em termos reais aos valores dos cinco primeiros meses de 2010 a 2014. As despesas orçamentárias com a compra de imóveis ou bens de capital (inversões financeiras) apresentaram também crescimento real de 4%. As outras despesas correntes ficaram praticamente estáveis, com crescimento de 0,6%. Já os gastos com pessoal, juros e amortização/refinanciamento da dívida, foram reduzidos. No total, houve contenção real de 9,2% nas despesas da União ou de R$ 107,6 milhões. A intenção de preservar os investimentos para reaquecer a economia já estava sendo preparada pelo ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, tanto que março foi o mês em que os investimentos foram maiores, chegando a R$ 4 bilhões. Provavelmente por conta da transição de governo e mudanças na estrutura dos ministérios, os investimentos em maio foram os menores do ano, R$ 2,5 bilhões. PAC Nos cinco primeiros meses de 2016, as aplicações globais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) caíram 10,4% ou R$ 16,4 bilhões, mas os investimentos aumentaram 24,6%, as despesas correntes caíram 10,93% e as inversões financeiras, 59,8%. Essa redução foi influenciada pelo programa “Minha Casa, Minha Vida” que teve um comportamento atípico porque foram pagos em janeiro deste ano R$ 2,1 bilhões para regularizar as pedaladas do Minha Casa Minha Vida ocorridas em 2014. Desta forma, as aplicações no programa “Minha Casa, Minha Vida” decresceram em R$ 4 bilhões neste período de 2016. Os programas de destaque do governo, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), entre janeiro e maio deste ano, tiveram uma redução real dos investimentos de R$ 596,7 milhões ou 41,5%, no comparativo ao mesmo período de 2015. Já o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) teve acréscimo de R$ 4,1 bilhões de investimento, puxado pelo desembolso maior no mês de maio, que foi de R$ 3,7 bilhões. Ministérios e Estatais Os ministérios que tiveram maior aumento real de investimentos entre janeiro e maio desse ano, em relação ao mesmo período de 2015, foram o da Defesa, com crescimento real R$ 1,3 bilhão e o dos Transportes com R$ 1,2 bilhão a mais. O aumento dos investimentos foi puxado pelo crescimento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), suas aplicações subiram R$ 1,2 bilhão. Em terceiro lugar, apresentou crescimento de investimentos nos cinco primeiros meses de 2016 o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com R$ 194,5 milhões. A Petrobras é a empresa estatal que tem maior peso no resultado das estatais. O valor aplicado pela companhia de janeiro a abril de 2016 foi de R$ 17,4 bilhões, o menor desde 2008. No mesmo período do ano passado chegaram a R$ 24,1 bilhões. O grande prejuízo da estatal de R$ 35,4 bilhões no ano passado tem impacto direto nos investimentos da União. A venda de ativos da empresa e a queda do preço internacional do barril de petróleo, que vem se mantendo em cerca de U$ 30, diminuiu muito a margem de lucro da empresa. A Petrobras representa cerca de 10% dos investimentos feitos no país. A holding Eletrobras investiu R$ 1,3 bilhão no primeiro quadrimestre de 2016, o menor valor dos últimos 10 anos. Da previsão orçamentária prevista para este ano de R$ 10,6 bilhões, o grupo investiu somente 12,4% nos primeiros quatro meses deste ano. Um dos fatores para a redução das aplicações de recursos é a expectativa de privatização de algumas empresas de distribuição de energia, que tem sido um peso para a estatal. Somente as empresas de distribuição de energia controladas pela Eletrobras foram responsáveis por prejuízo de R$ 5,1 bilhões. A redução dos investimentos também está ligada ao resultado do balanço da companhia do ano passado que foi negativo, com prejuízo de R$ 14,4 bilhões. Infraero Os investimentos da Infraero nos primeiros quatro meses do ano foram de R$ 203,7 milhões. A expectativa é de que a situação da empresa melhore com a concessão este ano de quatro aeroportos - Florianópolis, Porto Alegre, Salvador e Fortaleza. O preço mínimo das outorgas é de R$ 4,1 bilhões. A redução dos investimentos da empresa começou em 2014, com a conclusão das obras dos aeroportos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Outro fator foi a privatização de cinco aeroportos. Nas empresas Docas, tanto os valores autorizados (R$ 458,0 milhões) quanto os investimentos caíram em comparação com os anos anteriores. A empresa investiu somente R$ 78,3 milhões nos quatro primeiros meses do ano. O valor foi o mais baixo desde 2011, quando foram aplicados R$ 70,4 milhões. A companhia Docas é responsável pela administração dos portos, entre eles o do Pará, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo.
Publicada em : 15/06/2016

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