Gastos com cartão corporativo atingiram R$ 56,2 milhões em 2015
Os gastos do governo federal com cartão corporativo somaram R$ 56,2 milhões em 2015. Os dados levantados pelo Contas Abertas contabilizam os montantes pagos entre janeiro e dezembro, disponÃveis no Portal da Transparência do Governo Federal. A Presidência da República foi o órgão que mais gastou por meio dos cartões.
Os dispêndios da Presidência e suas unidades gestoras atingiram R$ 15 milhões, isto é, quase 27% do total. Vale ressaltar que quase a totalidade dos recursos foi desembolsada de maneira secreta, de forma que não se sabe o que efetivamente foi comprado. As informações são protegidas por sigilo, nos termos da legislação, âpara garantia da segurança da sociedade e do Estadoâ.
Outra parte dos valores desembolsados também fica desconhecida. Isso porque R$ 148,4 mil foram gastos pela Presidência por meio de saques.
A maior parcela dos gastos foi desembolsada pela Agência Brasileira de Inteligência: R$ 8 milhões. A Secretaria de Administração da Pasta utilizou outros R$ 5,5 milhões. O Gabinete da Vice-Presidência da República foi responsável por mais R$ 529,2 mil em cartões corporativos.
O Ministério da Justiça ocupa o segundo lugar no ranking dos órgãos que mais gastam pelo cartão. Em 2015, o desembolso da Pasta atingiu a marca de R$ 13,8 milhões. Vinculado ao ministério, o Departamento da PolÃcia Federal foi o que mais usufruiu do cartão, com R$ 13,5 milhões creditados.
O cartão corporativo do Ministério da Justiça também é utilizado por superintendências regionais da Pasta. Os gastos das superintendências do Estado do Amazonas, da Bahia e de São Paulo, por exemplo, foram de R$ 1 milhão, R$ 741,5 mil e R$ 768,2 mil, respectivamente.
Assim como acontece com a Presidência, é praticamente impossÃvel saber ao que foram destinados os gastos do Ministério da Justiça, já que quase a totalidade da verba foi declarada como secreta. Cerca de R$ 13,6 milhões, ou seja, 98,5% dos desembolsos foram protegidos por sigilo, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado.
O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é o terceiro maior usuário do cartão corporativo (R$ 6 milhões). E, em quarto lugar, está o Ministério da Defesa, com gastos que chegam a R$ 5,4 milhões, seguido pela Pasta da Educação, que já desembolsou R$ 5,1 milhões por meio do recurso.
Diminuição
Os valores desembolsados em 2015, quando comparados com igual perÃodo de 2014, sofreram redução. Nos doze meses do ano passado, R$ 64,9 milhões foram pagos por meio do âdinheiro de plásticoâ. O montante é 15,6% maior do que o aplicado neste ano.
Dessa forma, os valores destinados a gastos sigilosos também foram reduzidos, passando de R$ 34,7 milhões em 2014 para R$ 28,2 milhões em 2015. Os saques, no entanto, tiveram uma retração menor: atingiram R$ 6,5 milhões no ano passado, contra R$ 6,9 milhões de 2014.
Gastos possÃveis
O Cartão de pagamentos funciona como um cartão de crédito e permite, também, a realização de saques em dinheiro. Ele tem validade internacional e é usado por representantes do governo federal. Geralmente é utilizado para pagamento de bens, serviços e despesas em materiais, contratação de serviços e ainda para pagamento de agências de viagens.
Além disso, é isento de anuidade, não permite crédito rotativo ou parcelamento de compras. Os saques são liquidados diretamente na Conta Ãnica da União. Os pagamentos à s agências de viagem devem ser previamente licitados.
Em viagens nacionais, os cartões são utilizados em serviços especiais que exijam pronto pagamento e que não tenham sido pagos previamente pelas diárias recebidas, por exemplo, passagens, locação de veÃculo, estacionamento, combustÃveis, etc.
Todas as despesas relativas à alimentação, hospedagem e transporte, inclusive para Ministros de Estado, não podem ser quitadas com o cartão corporativo, visto que tais gastos já são cobertos por diárias ou custeados por outras entidades, conforme especificado no ato de autorização de afastamento do paÃs.
Publicada em : 09/01/2016