Deltan destaca perfil técnico da força-tarefa Lava Jato ao defender críticas de partidarismo

lulatrabO procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnnol, defendeu ontem em Curitiba a força-tarefa das críticas de partidarismo nas investigações. Para ele, o perfil técnico das mais de 300 pessoas envolvidas na operação dá respaldo para os resultados. “Para dizer que a Lava Jato é partidária seria preciso construir uma teoria da conspiração”, afirmou. Para Dallagnol, o fato dos partidos PMDB, PT e PP estarem no centro das investigações se deve ao fato de as agremiações estarem no poder federal os últimos anos. O procurador ainda destacou que a problema da macro corrupção é enraizado no país, estando em diversos órgãos e partidos. “Mudança de governo é caminho no combate à corrupção”, afirmou. Deltan Dallagnol participou ontem (15) de palestra na 2ª Semana da Democracia. O evento, coordenado pelo Instituto Atuação, entidade da sociedade civil de Curitiba, visa celebrar e discutir o conceito, e  programação, que incluiu palestras nacionais e internacionais. Na última quarta-feira (14), Dallagnol afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na [Operação] Lava Jato”. O ex-presidente Lula foi denunciado à Justiça Federal por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os crimes possuem penas, somadas, que podem chegar a 32 anos e seis meses de prisão. Além de Lula, a esposa Marisa Letícia, e mais seis pessoas também foram denunciados. A denúncia abrange três contratos da OAS com a Petrobras e nela consta que R$ 3,7 milhões em propinas foram pagas a Lula. Os crimes imputados aos outros denunciados também envolvem corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Caberá à Justiça decidir se eles se tornarão réus. Segundo os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, entre as vantagens indevidas recebidas por Lula está a compra de um apartamento tríplex em Guarujá, no litoral paulista, a reforma e decoração do imóvel, além de contrato milionário para armazenamento de bens pessoais. De acordo Dallagnol, existe uma “propinocracia” no Brasil, no qual os poderes Executivo e Legislativo trocam favores, nomeações políticas e cargos, para obter “governabilidade corrompida, perpetuação criminosa no poder e enriquecimento ilícito”. Dallagnol destacou que a corrupção é sistêmica e pode envolver diversos governos e partidos. Para o procurador, o sistema é bancado por cartéis de empresas que se aproveitam do esquema para garantir a assinatura de contratos milionários com o Poder Público. A denúncia segue agora para a 13ª Vara Federal de Curitiba, para apreciação do juiz Sérgio Moro. Caso seja acatada pelo juiz, Lula, Marisa e os outros denunciados se tornarão réus na operação.
Publicada em : 16/09/2016

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