Contas de luz de órgãos públicos federais ultrapassou R$ 2 bilhões em 2015

O aumento da conta de luz não afetou apenas as famílias brasileiras. A União (Executivo, Legislativo e Judiciário) viu os gastos com energia elétrica chegarem ao recorde de R$ 2,1 bilhões em 2015. O valor é 42% maior do que foi gasto em 2014. A esfera federal possui gastos elevados com energia, já que é responsável pelo pagamento das contas de luz de todos os prédios do setor público federal. Fotos produzidas pelo SenadoCom os recursos seria possível pagar a conta mensal de uma família de quatro pessoas, com valor de R$ 500,00, por cerca de 343 mil anos. O valor também supera investimentos de órgãos importantes do governo federal, como os ministérios do Turismo, do Esporte e da Cultura. O valor desembolsado para energia elétrica da administração pública em 2015 foi o maior desde 2001, conforme levantamento do Contas Abertas com números constantes, ou seja, atualizados pelo IPCA do período. O recorde anterior foi em 2011, quando R$ 1,9 bilhões foram pagos nessa despesa. Entre 2013 e 2014, quando se mantinha o subsídio concedido pelo Tesouro Nacional para reduzir as contas de energia, os valores destinados a eletricidade no governo federal eram menores: cerca de R$ 1,4 bilhão. O aumento aconteceu de forma mais significativa nos órgãos que tradicionalmente gastam mais com energia elétrica. O Ministério da Educação, por exemplo, que além da administração federal é responsável pelas universidades e hospitais universitários, teve a “conta de luz” elevada em 24%. Os valores passaram de R$ 436,9 milhões em 2014 para R$ 542,3 milhões em 2015. No Ministério da Defesa, que conta com as unidades orçamentária e gestoras do Exército, da Marinha e da Aeronáutica espalhadas por todo o país, o aumento foi ainda maior. Os gastos com energia elétrica somaram R$ 420,6 milhões. Em 2014, o valor havia sido de R$ 292,1 milhões. O crescimento é de quase 44% de um ano para o outro. Outro órgão bastante abrangente que teve a conta de luz elevada no ano passado foi o Ministério da Saúde. Os valores desembolsados pela Pasta em 2014 foram de R$ 90,7 milhões. Já no exercício passado, o montante foi de R$ 147,4 milhões. O especialista em energia e professor da Unicamp, Gilberto Januzzi, apontou que a administração detém conhecimento para promover a economia, como construções mais sustentáveis, auditorias energéticas em prédios e equipamentos mais eficientes, mas faltam lideranças para implementar tais ações de maneira ordenada e organizada. “A tarifa mais alta gera impacto direto nos custos de manutenção de escolas, prédios, hospitais e de todo setor público. Por isso, o que deveria ser realizado é a promoção da eficiência energética. Mas há muito discurso e pouca prática,” opina ele. No início de fevereiro do ano passado, o Ministério do Planejamento editou portaria estabelecendo medidas para monitorar o uso de energia elétrica e água em órgãos da administração pública federal. De acordo com a Portaria, as entidades e órgãos federais deveriam adotar práticas responsáveis de consumo, como a utilização consciente do ar condicionado, de lâmpadas e evitar o desperdício de água. As orientações para economia no consumo de energia foram diversas. Trataram de providências simples que contribuem para a redução de consumo como, por exemplo, manter as portas e janelas fechadas quando estiver utilizando o ar condicionado, desligar o aparelho quando não houver ninguém no ambiente e desligá-lo após as 18 horas. Desligar o monitor dos computadores, impressoras, estabilizadores e caixas de som também são ações importantes para a economia de energia. Com relação aos sistemas de iluminação, algumas resoluções podem ser adotadas rapidamente, como aproveitar a luz natural, abrindo persianas ou cortinas, manter desligadas luminárias em ambientes como banheiros ou salas vazias e substituir lâmpadas.
Publicada em : 13/01/2016

Copyright © 2018 Associação Contas Abertas