Contas Abertas participa de reunião sobre entraves ao crescimento com Banco Mundial

Na manhã desta quinta-feira (11), o Contas Abertas participa de reunião em que o Banco Mundial apresenta e debate o Relatório de Diagnóstico Sistemático do Brasil. O novo relatório da entidade reconhece avanços e discute os entraves ao desenvolvimento após o fim do auge do ciclo das matérias-primas CrescimentoO evento tem como objetivo realizar um debate amplo e plural com representantes da sociedade civil e da academia brasileiras sobre os principais resultados do estudo intitulado "Retomando o Caminho para a Inclusão, o Crescimento e a Sustentabilidade". O relatório constitui etapa inicial para a construção da nova estratégia de engajamento do Banco Mundial no Brasil para os próximos 4 anos. O documento analisa os principais fatores que impulsionaram o desenvolvimento brasileiro nos últimos anos, em particular, dos 40% mais pobres da população. Também examina os principais entraves ao crescimento, como um primeiro passo para buscar resolvê-los. Uma das questões abordadas é a baixa produtividade da economia brasileira. Entre 2003 e 2014, enquanto os salários mínimo e real cresceram em média 68% e 38%, respectivamente, a produtividade por trabalhador aumentou apenas 21%.  Por trás desse descompasso, estão: Problemas na infraestrutura (em especial nos portos, estradas e logística); Um complexo sistema tributário; Regulações excessivas, entre outros problemas no ambiente de negócios, resultando em níveis baixos de investimento público e privado, e Uma economia pouco competitiva e com baixa inovação. A boa notícia do relatório é que, apesar do momento difícil na economia, o Brasil ainda pode seguir com as políticas para diminuir ainda mais a pobreza e a desigualdade. Segundo o documento, elas de fato alcançam os mais pobres e melhoram os indicadores sociais, além de custar relativamente pouco: em 2014, os programas de proteção social corresponderam a menos de 5% dos gastos totais do governo. Agora, promover novos avanços sociais requer uma melhoria na qualidade de serviços como saúde e educação. E isso, por sua vez, pede mais eficiência nos gastos e no uso dos bens públicos, bem como fortalecimento das instituições e processos orçamentários para que sejam feitas as escolhas mais favoráveis aos pobres. O documento também destaca que muitas das verbas públicas ainda vão para quem não é pobre, principalmente em previdência: elas representam 30% do gasto público, mais do que educação e saúde somados. Ainda são repassadas às empresas por meio de isenções fiscais pouco transparentes e eficientes. Reduzir essas transferências liberará recursos para melhorar os serviços públicos e as políticas voltadas à população desfavorecida. Por fim, o documento reconhece a importância do Brasil no enfrentamento das mudanças climáticas e na redução do desmatamento. O país evoluiu, por exemplo, na agricultura com baixa emissão de carbono, entre outras tecnologias. No entanto, para promover um desenvolvimento verde e inclusivo, ainda precisa avançar nas questões do gerenciamento de terras e de recursos hídricos. E também em temas urbanos, como o crescimento desordenado, o gerenciamento de riscos de desastres e a poluição. De acordo com o Banco Mundial, fazer as mudanças necessárias, independentemente do tema – economia, serviços públicos, meio ambiente – significa fazer escolhas e criar um consenso político para apoiar um programa de reformas. “Não será a primeira vez que o país terá de fazê-lo: o Brasil já provou ter a capacidade para fazer mudanças profundas. Os desafios impostos pelo fim do auge das matérias-primas são grandes, mas o Brasil tem condições de superá-los”, aponta a entidade. Transmissão para todos O evento também será transmitido ao vivo via webex, permitindo a participação daqueles que não poderão se deslocar até Brasília. Para isso, basta acessar o link http://wrld.bg/HeUU301WRlb no dia do evento. Mais informações sobre o Relatório podem ser encontradas na página do Banco Mundial no link http://wrld.bg/dsk13021AVj  
Publicada em : 11/08/2016

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